segunda-feira, 6 de abril de 2009

chocostat

Não dou muita credibilidade às estatísticas. São uma espécie de astrologia disfarçada de matemática, manipuladoras e manipuláveis e a sua razão de ser tem muito mais a ver com influenciar do que com informar. Depois há a questão da forma como as estatísticas são apresentadas, que condiciona ainda mais a sua interpretação, de acordo com o efeito pretendido desse anúncio. Além disso, as estatísticas vêem as pessoas como números, o que demonstra uma grande falta de sensibilidade e permite a obtenção de alguns resultados idiotas que nos dizem, por exemplo, que em 100 portugueses 7,8 estão confiantes na economia mundial - muito embora isto também já implique uma mistura entre percentagens e números inteiros que não me cheira que devam andar de mãos dadas. Sou muito pouco dada a esta área.
Tudo isto porque ouvi hoje dizer que cada português consome, em média, quilo e meio de chocolate por ano. Isto andaria na ordem das quinze mil toneladas anuais? Qualquer coisa assim.
Não consegui evitar pensar que há por aí muita gente a servir de bode expiatório à gulodice alheia. Mas creio que me senti tomada pelo sentimento de culpa que m&m's e amêndoas de chocolate às sacadas me provocaram. É que, assim de repente, quilo e meio parece-me um número irrisório e a estatística nacional, assim apresentada, despenaliza o meu recorde pessoal de gula.

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