quinta-feira, 4 de agosto de 2011

clio

Os carros que tenho conduzido são quase todos a gasóleo, excepção feita ao que usei nos tempos da faculdade - carta acabada de tirar, o Opel Corsa da minha mãe, daqueles antigos, carroçaria de chapa de verdade. Não tinha direcção assistida e dava-me um gozo tremendo conduzi-lo. Conhecia-lhe as manhas todas e estava tão habituada à rigidez do travão que alguns anos depois, quando passei para um novinho, cada vez que queria abrandar ligeiramente chegava quase com o nariz ao tablier.
Agora estou habituada a andar com duas chaves, de maneira que ir alternando não é novidade.
Por força das circunstâncias, ontem tive de andar com outro carro, um comercial, um pouco mais velho, barulhento, menos confortável, com uma caixa mais rígida e exigente. E o gozo que me deu.

Às vezes o desconforto provocado por aquilo que nos é estranho é tão mais fascinante do que a comodidade das coisas que temos como garantidas.

1 comentário:

nuno disse...

Essa foi muito boa!