sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

does it shows?

Quando caminho pelas ruas, em toada normal, numa rotina que agora se tornou mais leve e sem compromissos sérios, sem ter de cumprir horários, sem excel e primavera, sem trocar telefonemas indesejados.
Quando a levo ao colégio e faço palhaçadas e canto (meu deus!, como canto. Canto muito, sempre, tantas vezes sem vontade, sem noção..), e rio e penso e sinto, verdadeiramente, o peso bruto deste amor absoluto, o único realmente inquestionável, indestrutível.
Quando te dou a mão, para que faças dela o que queres, para que a estimes e protejas, para que a apertes com força e amor e certeza e segurança. Ou quando aperto a tua, nos raros momentos em que eu julgo ser mais forte.
Quando brinco, gracejo, quase parecendo ser autêntica, formosa, segura, aquela que queria ser. Quase.
Quando estou aqui, só, entregue, rendida, para me reerguer numa reviravolta que, em segundos, me devolve ao mundo com a máscara habitual.
Quando te imploro, e quero e não quero saber a verdade. As verdades. Quantas são afinal? Não era suposto ser só uma...?
Quando digo que perdão não é esquecimento e resignação não é necessariamente aceitar, para depois agir como se fosse.

Será que se nota?
Porque eu sinto-me uma fraude. Óbvia e inequívoca.

1 comentário:

Anónimo disse...

Só poderá notar quem te conhecer verdadeiramente.
A vida por vezes é ingrata e obriga-nos a ter de disfarçar o nosso verdadeiro estado de alma, não só para tentarmos convencer os outros que somos mais fortes como a nós próprios. Mas o tempo traz respostas e quando menos esperamos voltamos, de forma natural, a ser nós mesmos sem termos de usar máscara.