Basta passarmos os olhos pelas "gordas" de uma qualquer edição noticiosa para termos assunto q.b. para pensar e debater. Hoje, na versão on-line de um conhecido diário nacional, deparei-me de imediato com dois temas interessantes.
O primeiro - e tentarei controlar o mais possível a vontade de inventar piadas sobre o assunto -, diz respeito a três jogadores de futebol da selecção da Eritreia, que encontraram asilo político português depois da sua deslocação a Angola, na fase de apuramento para o Campeonato Africano das Nações. Dizem os jogadores que (como não podia deixar de ser...) o seu sonho é jogar no Benfica, apesar de o desespero ditar que qualquer clube em Portugal - país sem injustiças e desigualdades - é mais do que bem vindo!
Isto pode trazer novas perspectivas para o Benfica, atenção! É bom estar alerta a estas coisas.
O segundo tema é título de Editorial e reza assim: "Desigualdades sociais revelam país de injustiças", e não estão a falar da Eritreia, mas sim do que dizem as estatísticas sobre Portugal.
Diz que sim...
Quer dizer, não ponho em causa que a situação da Eritreia seja mais complicada para quem lá vive e que muita gente tenha vontade de fugir à sua realidade. Mas para estes jovens jogadores de futebol, asilados no Centro de Refugiados da Bobadela, e que nem duvido que até sejam estudados como hipótese para o Benfica ou outro qualquer clube "de sonho", Portugal vai-lhes parecer daqui por uns tempos um pouco diferente do paraíso que agora se lhes depara. Talvez até comecem a reivindicar e tudo!
Parece-me que deveriam considerar a hipótese de um pedido de asilo a outro país qualquer. É azar que tenham "optado" pelo que, também em relação à desigualdade social, está na cauda da Europa (expressão que já é prata da casa).
Mas nada disto é coincidência: os jogadores escapuliram-se ao controlo da selecção e dirigiram-se ao gabinete do Alto-Comissariado das Nações Unidas. O Sr. Engº António Guterres apenas fez as honras da casa..
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