Hoje assomou-se-me uma desinspiração atroz. Eu, que tenho andado numa azáfama constante nestas últimas semanas, por urgências profissionais que me exigem prontidão, dou por mim vencida pela inquietude que este clima me provoca. Acho eu, que é do clima.
Tenho saudades de sítios que nunca vi. Olho para paisagens que não conheço com uma vontade augada de me transportar para lá e não sei se esta urgência de alma poderia justificar umas férias terapêuticas (?)
Mas não. Claro que não justifica. Já me sinto mal q. b. por este mal de alma me roubar a produtividade da qual dependo para sentir aquele cansaço bom de fim de dia.
De qualquer maneira, estou convencida que tudo isto é resultado de um 'problema' de hormonas, o que significa que, mais do que um mal de alma, há aqui algo de físico-químico (do qual apenas a minha amiga (força) centrípeta tem conhecimento - ainda bem que ela é das ciências) que me está a distorcer o raciocínio muito mais do que seria desejável. Acho que já me afecta o sono: durante a noite manifesta-se nas voltas consecutivas que me enleiam desconfortavelmente na roupa; durante o dia, na distracção impaciente de um amontoado de pensamentos, de prós e contras. Bem aventurados os que têm apenas o diabo num ombro e um anjo no outro: eu tenho centenas de gárgulas bifurcadas que me invadem o cérebro!
Continuo a não acreditar quando as pessoas caladas, de olhar perdido, me respondem que não estão a pensar em nada! É algo que, simplesmente, não pode ser verdade.
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