terça-feira, 19 de agosto de 2008

excerto do livro que ainda não comecei a escrever

Entrar em casa transmitia-lhe aquela sensação agradável de tranquilidade.
O dia acabava, estava entregue a si próprio, sem ter de se impôr qualquer postura ou dar satisfações de qualquer tipo. Resmungara, para trás, com condutores anónimos que eram todos azelhas, sem excepção. Sabia que não era assim, mas era assim que o sentia.
A tranquilidade do regresso, porém, não é algo permanente.
Sabe que, de alguma forma, partilhar a sua vida significa sempre ter de se impôr uma postura e ter de dar satisfações. Sabe que esperam de si, que deve cumprir aquilo a que se votou. Baila-lhe muitas vezes no pensamento a questão. Será que vale a pena? De que é que se abdica e o que é que se ganha em troca?
Encolhe os ombros. Sabe que a vida é um jogo irónico. Há muito que sabe isto.
Sabe que há duas respostas para a primeira pergunta e que elas alternam entre si, muitas vezes, ao longo dos anos.
Não é um conformado mas tem perfeita noção de que a vida é feita de pesos opostos e aprendeu a saborear cada momento solto de felicidade com a intensidade de quem está consciente de que ela não é constante.

1 comentário:

Semente disse...

Estás à espera de quê???

Quero uma primeira edição autografada!!!

:)

Mais um dos "quereres"... em fila de espera, né?

também tenho alguns...

;)