Coisa rara, acordar vazia como hoje.
O meu dicionário está oco de palavras, como um relógio velho que, sem corda, ficou parado no tempo.
Nem me lembro o que sonhei.
Coisa rara.
Não faz mal. Em dias assim percebo, sem surpresa, que o mundo não enriquece com as minhas palavras e que a minha personagem cumpre na mesma o seu papel neste teatrinho.
A funcionalidade é que importa.
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Ainda assim, a lágrima da sensibilidade irremediável, assoma-se ao ventrículo quando alguém em cena se aproxima e questiona, com ar de quem já conhece, um 'passa-se qualquer coisa, não passa?'
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Apercebi-me ontem com tristeza que o que mais lamento não é não saber para quem correr. Fazer desabar o meu mundo no ombro de alguém nunca foi algo que me fizesse sentir confortável.
O que me entristece é saber que eu não sou o ombro de ninguém.
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