quarta-feira, 22 de outubro de 2008

estar viva

Doces e amargas, assim se querem as recordações, para que possamos valorizá-las bem.
A verdade é que experimento de novo uma série infindável de emoções e, mais importante, regressam fisicamente (ou quase) à minha vida pessoas que julguei perdidas.
It's all coming back to me, como diz a canção.
Ainda hoje pensei que reprimir sensações e recusar viver certas experiências representa um duplo perigo: um primeiro, mais imediato, que nos limita o conhecimento e a acumulação saudável de recordações; e um segundo, a longo prazo, que se manifesta quando procuramos recuperar um tempo perdido e a vida já nos pede outras coisas.
Recusei experiências que queria mesmo viver, só pela necessidade incoerente de me contrariar e já encontrei a frustração ao procurar reencontrá-las.
Preciso de encontrar um equilíbrio saudável entre o passado e o presente.
É difícil dar sentido a coisas que perdemos e que se vão tornando cada vez mais desajustadas, mas as pessoas, mais do que os momentos, marcam-nos a ferro e fogo e é bom voltar a sentir ferver certas cicatrizes.

1 comentário:

Fuschia disse...

Acho que percebo o que queres dizer, embora não saiba qual a situação especifica que te fez sentir isso. Mas já tive momentos em que olhei para trás e me arrependi que tivesse tido tanto medo de tentar coisas, que mesmo que tivessem corrido o pior possivel e imaginário, não me deixariam marca nenhuma além de uma recordação, enquanto que coisas que não fizemos, são histórias que já não podemos contar, e coisas que nunca saberemos. E depois...há sempre uma idade, circunstancias e pessoas próprias para tudo, e por vezes fora do contexto, certas coisas deixam de fazer sentido.