terça-feira, 2 de dezembro de 2008

flirt

Era um bar pequeno, escuro, com néons incaracterísticos, máquinas de jogos, grupos de miúdos novos espalhados pelas mesas e um empregado com pinta de fuzileiro. Lembra-vos alguma coisa? Claro que não. Podia ser antes um clube de jazz ou um piano-bar, sofisticado e amplo, com um bar comprido, de madeira polida e espelhos. Podia estar a beber um Manhattan em vez de um Baileys e a coisa assim tinha mais classe, mas não foi assim. Na verdade, não havia na porta da rua um porteiro que nos sorria enquanto saíamos para a noite cosmopolita e iluminada de uma fine avenue. Havia uma porta pesada, que abri a pulso, que dava para um passeio vulgar, em frente a um cabeleireiro e a uma loja de ferragens, numa tarde cinzenta, tão incaracterística como os néons do bar. Também não havia um carro de luxo. Mas lembro-me do cheiro dos estofos envelhecidos e empoeirados do Fiat.
Entretanto acordei e apercebi-me que não sou uma gaja de flirts. Otherwise, as coisas teriam sido muito diferentes...

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