quarta-feira, 8 de abril de 2009

divina inspiração política

Disserta-lhe, verborreico Tavares, disserta-lhe, com arroubo e inebriante clamor!

Conta-se que Bocage, ao chegar a casa um certo dia, ouviu um barulho estranho vindo do quintal.
Chegando lá, constatou que um ladrão tentava levar os seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com os seus amados patos, disse-lhe:
- Oh, bucéfalo anácrono!
Não te interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo acto vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa.
Se fazes isso por necessidade, transijo...
Mas se é para zombares da minha elevada prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com a minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada…
E o ladrão, confuso, diz:
- Doutor, afinal levo ou deixo os patos?

(obrigada, Tânia Fadário, pela consideração à minha caixa do correio)

1 comentário:

Anónimo disse...

Obrigado tenho andado na aluado
mote para uma crónica:
«há uns largos anos no faial apanhei um taxi e o taxista tagarelou. Veja lá como é a vida. Tenho duas filhas uma é casada há anos e raio não consegue ter filhos. A outra ainda é solteira e não é que está grávida. O mundo anda todo ao contrário.»