quinta-feira, 23 de abril de 2009

em dia de celebrar a leitura...

«Nunca me hão-de obrigar a entrar num automóvel! Terei sempre medo de ter um desastre! Mesmo quando não se morre, fica-se traumatizado para a vida inteira!», dizia o escultor, agarrando maquinalmente no indicador que quase serrara a esculpir madeira. Só por milagre é que os médicos tinham conseguido salvar-lhe o dedo.«Mas de maneira nenhuma!, proclamou uma Marie-Claude em excelente forma. Quando eu tive o meu desastre foi magnífico! Como não conseguia pregar olho, lia ininterruptamente, de dia e de noite!»
A Insustentável Leveza do Ser, Milan Kundera

Pelo contexto emocional que atravessava ou pela sua extraordinária capacidade de nos despir perante os nossos próprios temores e fraquezas, talvez nunca outro livro consiga exercer em mim o mesmo efeito.

1 comentário:

José M. Barbosa disse...

Curiosamente estou de acordo.