sexta-feira, 28 de agosto de 2009

crónica de uma sexta-feira negra

Há um rol interminável de coisas chatas e demoradas para fazer. Há as malas. Nada mais chato para quem não tem habilidade para tal: qualquer um com acesso ao meu guarda-roupa e conhecimento dos dias e condições de destino faz melhor do que eu a minha própria bagagem. Depois pormenores estéticos, práticos mas indispensáveis. Não tenho pachorra, a sério. Não tenho a minúcia exigida para encarar certas tarefas necessárias como coisas normais: são sempre fardos. Isto a juntar ao sono terrível que denuncia uma falta de estimulantes naturais e artificiais, para além de noites instáveis sobre a batuta de sonos leves pela madrugada e pesados pela manhã, e à toada de sonhos que envolvem crocodilos de vários tamanhos, praias desconhecidas, sexo incestuoso, crianças e mini-meias de nylon de côr muscade. Também há o facto de ouvir na rádio, todas as manhãs desta última semana, em particular hoje, que nos espera um dia de calor e sol por todo este nosso Portugal, quando o carro me indica uma temperatura exterior de 19º e se faz sentir um vento impiedoso, debaixo de um céu assustadoramente cinzento. Onde estou eu?
Por isso não, hoje não me ouvem festejar efusivamente o tão desejado início de férias.
Quando ouvirem o meu rugido de raiva, o grito inconfundível do ipiranga, saberão que estou, finalmente, onde quero. E ainda não será hoje.

1 comentário:

Miss Kin disse...

Faz como eu, sem uma lista escrita (mental não funciona), não consigo fazer uma mala de jeito...