quinta-feira, 22 de outubro de 2009

analogias e coincidências

Faço analogias a toda a hora. Gosto ou é-me inevitável, não sei. Acho sempre que um alguém me faz lembrar outro alguém ou que determinada situação reporta para não sei o quê. Isso às vezes irrita as pessoas, mesmo quando para mim é tão óbvio que me parece digno de registo. Adelante. Ocorre-me isto depois de ontem à noite ter assistido ao esmiuçamento partilhado entre o Ricardo Araújo Pereira e o Marcelo Rebelo de Sousa, em que, a determinada altura, e não obstante estar a divertir-me imenso com a cavaqueira que por ali ia e com o excelente entretenimento proporcionado - em grande contraste com o conseguido há dias por Francisco Moita Flores ao ter transformado aqueles breves dez minutos numa entediante eternidade -, não obstante isso, dizia, não pude evitar chegar a um ponto em que o professor Marcelo me pareceu personificar, na perfeição, a mais histérica e insana das Júlias Pinheiro e acumular, em simultâneo, uns trejeitos de Luís Goucha. Foi o ex-libris do programa, digo eu.
E logo a seguir, entram em cena, antes que tivesse tempo para fugir, o Eduardo Madeira e a Bárbara Guimarães. Nem de propósito: quando quero evitar comparações absurdas, a eterna primeira dama da cultura vem por ali a fora a abanar-se que nem uma galinha, fazendo aquilo que ela parece julgar terem sido movimentos sexy, que demonstram a supremacia feminina.
Depressa me refugiei no quarto para acompanhar os preparativos da viagem de Salomão para Viena de Áustria e eis senão quando, a caixa mágica me acompanha até ao leito, precisamente para ouvir falar de Saramago e das suas polémicas. Pensei cá para mim que anda muita gente a ter necessidade de escrever e falar, sem saber muito bem sobre o quê, e no desespero desta evidência, adoptam a lógica Marcelista (lá vamos nós outra vez) e optam por pensar que é preferível ter uma opinião qualquer sobre nada do que passar por burro ou imbecil. Mau! pensei eu, isto já não são analogias, são coincidências. E fui dormir, porque não consigo ler mais que dez páginas com tão deplorável pontuação.

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