sexta-feira, 2 de outubro de 2009

reiki

Experimentei quatro sessões de reiki, uma única vez na minha vida. Quatro sessões devidamente intercaladas por uma semana de intervalo, como convém, para não se tornarem dispersas e perderem 'eficácia'. Aproveitei uma espécie de promoção de reiki, digamos. Pague 3, leve 4. Mas o reiki nunca se 'abriu' para mim, nunca revelou a sua essência. E se sou uma rapariga esperta e, teoricamente, até consigo perceber os seus princípios mais elementares e os seus objectivos, não devo ter abertura espiritual para aceitar a sua influência equilibrante e harmoniosa.
Agora é aquela parte em que me diz, quem entende, que não dei tempo ao reiki para entrar na minha vida. Pois, eu sei. Mas eu sou uma céptica por natureza, o que é difícil de vergar, e quando me submeto a este tipo de experiências o que costuma acontecer é tornar-me tão artificialmente vulnerável que dou por mim a quebrar que nem um galho, nas mãos de um estranho qualquer.
Não digo que as massagens não tenham sido sublimes, porque sou sensível ao toque e qualquer mãozinha dedicada é capaz de me deixar o fio de baba pendurado e em estado meio vegetativo, quanto mais umas mãos cheias de energia, aquecidas a óleos e habituadas aos gémeos de uma equipa inteirinha de futebol onze com suplentes e tudo, mas espiritualmente, o reiki foi uma experiência sobrenatural e estranha, que envolveu coisas indesejáveis como dar por mim a falar incansavelmente sobre coisas que não queria, depois de alguns periodos de espera solitária numa sala vazia de calor humano.
Desconfio que não gostei mesmo nada de perceber que se calhar me faz falta um bocadinho de terapia desde os tempos da adolescência, por mais descrédito que atribuia à psicanálise.

Acho que ainda tenho lá por casa a única prescrição que resultou destas sessões: um papelinho muito bem dobradinho onde está escrito em letra irregular e redondinha: A Profecia Celestina. Ao que parece era o remédio que eu precisava, mas nunca cheguei a aviar a receita. E sinceramente, não me apetece nada.

3 comentários:

Nani disse...

Minha querida...vá se lá saber porquê mas sofro do mesmo mal...quero experimentar tudo o que tem promessas transcendentais mas dou por mim a bloquear qualquer entrada que fuja à lógica...e depois, depois chego sempre à conclusão que não serviu para nada a não ser falar do que não queria com quem nada tem a ver com isso!

FavaRica disse...

E és tu psicóloga! Devias perceber estas vulnerabilidades humanas... :-)

Anónimo disse...

acabei de escrever um comentário e não sei porquê desapareceu. enigma.
tentando recriar, eu estou desiludido por vós. a teoria celestina já dei para esse peditório do universo fantástico sul-americano. fiquei a menos de metade. agora tenho de fazer umas sessões para dua mulheres, mães que estão a passar ao lado da maternidade e da transcendência do amor. ah ah ah
filipe pires