quarta-feira, 20 de outubro de 2010

absurdos

Sou uma pessoa dada a pensamentos dispersos. Qualquer tarefa de rotina serve de pano de fundo para um chorrilho de coisas pensadas. Acho piada quando me dizem para esvaziar a mente e nem levo muito a sério, porque imagino que é retórica, muito embora haja quem me garanta que eu poderia (e deveria) fazer isso mais vezes, dando a entender que não o faço por teimosia. Seja.
Ontem, durante o banho da bebé, por entremeio de palavrinhas cantaroladas, exclamações e sorrisos, ia pensando. Pensando assim: a mãe é uma inventora. Ela inventa um ser, assim, do nada. E esse ser tem características muito bem definidas, muito distintas. Nesta fase, os meus pensamentos poderiam ter enveredado para as questões da genética, mas não, foram continuando por outros rumos. A sua invenção, como todas as invenções, é algo que o seu criador dá ao mundo e que, de certa forma, deixa automaticamente de pertencer-lhe, logo que é concebido, o que tem tanto de injusto como de inevitável. A sua invenção, como todas as invenções, é da sua responsabilidade e o seu motivo de orgulho. A sua invenção, como todas as invenções poderá ou não ser grandiosa, ocupar um lugar de destaque, fazer a diferença, ficar para a História. Sem pretensiosimos, gostava que a minha pequenina invenção fosse um grande instrumento do Mundo. Não precisava ser uma estrela, nem de ter fama ou dinheiro. Gostava apenas que, aquilo em que se transformasse, no futuro, pudesse traduzir-se em gestos nobres e que, como as maiores "invenções" de sempre, fosse capaz de encontrar a felicidade pura em muito pouco e ensinar o mundo a fazer o mesmo.
Depois tive de ir dar-lhe o jantar e comecei a pensar em mil e uma outras coisas tão absurdas como esta.

3 comentários:

Nani disse...

quando me perguntam: "o que desejas que a Maria seja?" respondo sempre (até porque não percebo para que vector da vida se dirige a pergunta): "Desejo que seja ela própria e feliz"

Nani disse...

desejo o mesmo para a tua Teresa independentemente da direcção que levar a pergunta

FavaRica disse...

:-)
à felicidade!
tchim, tchim!