sexta-feira, 1 de outubro de 2010

manhã

Hoje acordei com discussão acesa entre José Sócrates e Paulo Portas, sobre a compra de submarinos e o fundo de pensões da PT. Grunhiam, exasperavam-ve, riam despregadamente da grandessíssima lata do outro, a comparar as decisões governamentais de cada um dos seus executivos, e justificavam a legitimidade de uma ou outra coisa, quase sempre comparando as duas, ora porque uma dependia dos dinheiros públicos e a outra nada tinha que ver com isso, ora por incumbência de responsabilidade no partido alheio - pois que foi o seu Governo que propôs os submarinos; - pois que foi o seu que o aprovou!
Senti imediatamente uma profunda náusea. Quis ver-me engolida pelo colchão e pensei, com honestidade, que quando acordamos hoje, todos os dias do nosso presente, não podemos de forma alguma sentirmo-nos felizes com mais um nascer do sol. A nossa vida não é apenas uma dádiva fortuita que nos calha em sorte e que devemos aproveitar, menosprezando a responsabilidade que temos de perpetuar essa vida para além da nossa existência. O que se passa à nossa volta é uma vergonha de contornos escandalosos. Existem grupos de pessoas que lucram à custa da invasão da propriedade e da liberdade dos outros, da perda, da extinção, da exploração. Já não é uma questão de política, é uma questão de atitude global.
O Paulo Portas e o José Sócrates fizeram passar-me em frente aos olhos o filme daquilo em que nos transformamos. Eles, e outros, que discutem 'pacotes' e aprovam 'medidas'.
Durante a manhã, passei os olhos pelas notícias e li uns textos do Daniel Oliveira e as náuseas voltaram. Eu falo. Todos falam. Ninguém, NINGUÉM faz nada.
Assim nos vamos afundando neste País que teve outrora qualquer coisa de Paraíso.

1 comentário:

Nani disse...

náuseas...e vão continuar por muitos anos...até as deixares de ter não porque tudo acabou mas porque tu acabaste...