terça-feira, 1 de março de 2011

72 horas

Numa altura em que toda a gente corre para os cinemas para ver os galardoados (ou apenas nomeados) do momento, eu continuo a zeros. Não porque me falte vontade, mas por uma série de motivos que se prendem normalmente com prioridades, e no passado sábado pela excepção de encontar todas as sessões esgotadas num determinado cinema bastante concorrido, ainda não vi nenhum dos filmes que ando com vontade de ver, muito particularmente O Discurso do Rei. Às horas que tem sido o meu recolher, nem a pirataria me vale já que tenho o Cisne Negro lá em casa e ainda não me fiz a ele - no passado Domingo estava a dormir às 22h30. A sério, há mais alguém como eu (como nós)?
Então, num fim-de-semana que foi de aproveitamento do sol, os serões foram calmos e o pós-desilusão da bilheteira cheia transportou-nos para o sofá, com pipocas da Lusomundo, mas com o disco externo como projeccionista. Como a minha tendência (já de si negra) para transportar coisas obscuras para a cama me fez ter o bom senso de não optar pela história dramática da Natalie Portman, a escolha recaiu sobre o 72 Horas, thriller intenso, Russel Crowe a caminhar para estragadote, mas sempre com aquele papel de quem tem mais qualquer coisa no QI ou na capacidade de desenranscanço, que lhe vale a admiração do resto de nós, mortais (uma espécie de Harrison Ford next-generation). Foi jeitoso, vá. Assim a atirar para o ora triste, ora deprimente, ora dramático, ora de segurar o fôlego.
Será um filme de happy ending para a generalidade, para os que não ficam a pensar no que vem depois, para os que não questionam as consequências emocionais, as marcas, os efeitos de estar preso na  liberdade aparente. Para mim há todo um rol de consequências trágicas e negativas que aquele final augura.

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