Nem todo o bom senso do mundo se sobrepõe às fraquezas que caracterizam a condição humana e, consequentemente, à irracional vontade de romper com as fronteiras que nos separam legitimamente dos outros.
Quantos de nós nunca sentiram vontade de conhecer os desejos secretos daquela pessoa, os seus pensamentos mais íntimos, principalmente daqueles que nos são chegados e que muitas vezes receamos não conhecer como achamos que temos direito? Mas nós não temos, de facto, esse direito. E seremos tanto mais virtuosos quanto melhor soubermos aceitar esta realidade.
Felizmente, os "direitos reservados" relativamente aos nossos pensamentos e àquilo que sentimos estão garantidos, em igualdade e sem descriminação para cada pessoa. É por isso que um dos mais valiosos e impenetráveis tesouros que possuímos é o nosso mundo de memórias, que não pode ser-nos "arrancado" por ninguém, nem com a melhor das tecnologias, e tem a magia de, ainda que seja da nossa vontade, não ser sentido por ninguém como é sentido por nós, mesmo que o partilhemos.
Aquilo que considero ser a verdadeira sabedoria é o resultado de uma estreita relação entre as nossas memórias e o que a imaginação nos permite construir com as memórias dos outros. Quantas mais recordações guardarmos, quantas mais experiências vivermos e acumularmos e quantas mais forem as memórias que aqueles que se cruzam nas nossas vidas partilhem connosco, maior e melhor será o saldo da nossa sabedoria.
Faz sentido que a idade seja um factor de peso para se chegar a sábio.
Mas mais do que isso, faz todo o sentido que, independentemente da distância entre o ponto de partida e o ponto de chegada, a nossa vida seja recheada de acontecimentos, experiências, boas e más recordações, razão e emoção e, sobretudo, de muitas relações, pessoas, 'estórias' e Imaginação, para podermos reconstruir as memórias dos outros e entrelaçarmo-las com as nossas próprias memórias...
Sinto que sou um pouco mais sábia conforme o tempo vai passando e vou aprendendo a refrear a vontade de "invadir" aquilo que, nos outros, não me pertence. Ao mesmo tempo, vou conseguindo gerir melhor as minhas próprias memórias, as que, felizmente, vão crescendo e que vou arrumando em gavetinhas separadas e me ensinaram tanta coisa que aplico no presente.
Quero um dia olhar para trás e descobrir que o meu passado é uma grande sala, cheia de gavetas com imagens, cheiros, lágrimas, desejos e sorrisos. Gavetas com rostos, nomes, sensações, músicas e sabores. Gavetas das quais ninguém tem a chave.
E dessas gavetas talvez eu retire qualquer coisa para partilhar com alguém; alguém que reconstrua, com a sua Imaginação, o objecto das minhas memórias..
Quantos de nós nunca sentiram vontade de conhecer os desejos secretos daquela pessoa, os seus pensamentos mais íntimos, principalmente daqueles que nos são chegados e que muitas vezes receamos não conhecer como achamos que temos direito? Mas nós não temos, de facto, esse direito. E seremos tanto mais virtuosos quanto melhor soubermos aceitar esta realidade.
Felizmente, os "direitos reservados" relativamente aos nossos pensamentos e àquilo que sentimos estão garantidos, em igualdade e sem descriminação para cada pessoa. É por isso que um dos mais valiosos e impenetráveis tesouros que possuímos é o nosso mundo de memórias, que não pode ser-nos "arrancado" por ninguém, nem com a melhor das tecnologias, e tem a magia de, ainda que seja da nossa vontade, não ser sentido por ninguém como é sentido por nós, mesmo que o partilhemos.
Aquilo que considero ser a verdadeira sabedoria é o resultado de uma estreita relação entre as nossas memórias e o que a imaginação nos permite construir com as memórias dos outros. Quantas mais recordações guardarmos, quantas mais experiências vivermos e acumularmos e quantas mais forem as memórias que aqueles que se cruzam nas nossas vidas partilhem connosco, maior e melhor será o saldo da nossa sabedoria.
Faz sentido que a idade seja um factor de peso para se chegar a sábio.
Mas mais do que isso, faz todo o sentido que, independentemente da distância entre o ponto de partida e o ponto de chegada, a nossa vida seja recheada de acontecimentos, experiências, boas e más recordações, razão e emoção e, sobretudo, de muitas relações, pessoas, 'estórias' e Imaginação, para podermos reconstruir as memórias dos outros e entrelaçarmo-las com as nossas próprias memórias...
Sinto que sou um pouco mais sábia conforme o tempo vai passando e vou aprendendo a refrear a vontade de "invadir" aquilo que, nos outros, não me pertence. Ao mesmo tempo, vou conseguindo gerir melhor as minhas próprias memórias, as que, felizmente, vão crescendo e que vou arrumando em gavetinhas separadas e me ensinaram tanta coisa que aplico no presente.
Quero um dia olhar para trás e descobrir que o meu passado é uma grande sala, cheia de gavetas com imagens, cheiros, lágrimas, desejos e sorrisos. Gavetas com rostos, nomes, sensações, músicas e sabores. Gavetas das quais ninguém tem a chave.
E dessas gavetas talvez eu retire qualquer coisa para partilhar com alguém; alguém que reconstrua, com a sua Imaginação, o objecto das minhas memórias..
2 comentários:
Que fava rica mai linda!!! :)
Talvez a magia desse cruzar de memórias... esteja algures no meio entre esperar (essa virtude tão sábia...) e pressentir o momento oportuno de invadir!!!
Para tal temos o bom senso, a intuição... o nosso currículo vitae de memórias... todos ferramentas nesta teia humana que, enleados, vamos elaborando dia a dia, semana após semana, mês a mês...
...e quando damos por ela, olhamos para trás...
...já passaram 8 anos (m&m) desde que nos sentimos cativados pela primeira vez. Connosco foi assim... quantas mais pessoas bonitas para descobrir?
Muitas, espero eu!!!
**gosto-te*
Olá FavaRica
Bemvinda á Blogosfera! Agradeço te as tuas palavras de apoio e também o facto de dispensares algum do teu tempo a leres o que eu escrevo...
Acabo de te adicionar também no meu espaço... ou não fossemos nós "velhas amigas"...
Um beijo enorme
Até á Proxima
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