quinta-feira, 11 de agosto de 2011






Isto é muito simples e resume-se em poucas linhas.
Este tipo é um cançonetista com alguma fama, muito acarinhado em Portugal, cujo sucesso se deve, em partes mais ou menos iguais, à sua voz quentinha (de bagaço, como dizem as más línguas), ao seu jeito entre o simples e o rebelde, às canções românticas e ao facto de contribuir com meia dúzia de singles para alguns êxitos de bilheteira, principalmente entre o mulherio. 
Para mim ele andaria ali mais ou menos a passo com o Jon Bon Jovi, um pouco mais low profile, não fosse o facto de ter surgido na minha vida com grande impacto numa época crucial: pelos meus treze anos, aquando do lançamento do Waking up the Neighbours em simultâneo com o aparecimento do Nuno, o meu amor mais do que platónico, que era a cara 'cuspida e escarrada' do gajo - não era mas eu achava que sim, talvez porque um tinha algumas borbulhas no mesmo lugar onde o outro tinha bexigas, como diziam os meus amigos mais simpáticos, e eram ambos loiros mas não (jamais!) de olhos azuis.
A partir desta altura, o meu fado estava traçado: haveria de assistir sempre, incondicionalmente, a todos os concertos do artista desde aquele 13 de Dezembro em Alvalade até aos dias de hoje, mesmo que isso implique ter de levar sempre com o João Pedro Pais como entrada e mesmo que os concertos sejam quase todos eles iguais.
Houve aqui um ligeiro desvio desta agradável rotina numa época em que o canadiano teve aquilo que eu vejo como uma crise de meia idade e lançou um álbum chamado 18 till I die (o nome, aliás, corrobora a minha teoria). Por esta altura, o senhor apresentava-se com um look entre o vanguardista e o pastoso que, confesso, não me agradou nem um bocado e ostentava normalmente com uma franja lambida e duvidosa. Não obstante, continuava a produzir satisfatoriamente e a romaria aos espectáculos, ainda que tremida na sua última incursão, foi-se realizando - o último concerto, com direito a gravação para dvd, e com um key grip especial na ficha técnica, tinha de contar com a minha presença porque, obviamente, fazia toda a diferença.
Dito isto, exponho aqui duas versões completamente distintas do que a personagem é capaz, sendo que podem muito bem ser consideradas aquilo que se deve e o que NÃO se deve fazer para arruinar uma canção, quiçá uma carreira.
Eu perdoo-te sempre, Bryan. Sabes disso. Mas o Paco de Lucía não merecia, e a legião de fãs que personificou na tua pessoa milhentas paixões platónicas também não. Por isso, vem. E podes convidar o João Pedro Pais (outra vez!), mas vem com um cabelo de homenzinho e uma calça de ganga. Plain and simple. Não te ponhas com avarias.
Dia 15 de Dezembro lá estarei, porque diz que tu és como o vinho do Porto e eu sou muito patriota.

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